Após a secção de canoagem que terminou na Aldeia do Mato, já de roupa trocada e bem mais quentinhos, reconfortados e bem alimentados, o Team GreenLand seguiu para mais uma secção de BTT, de 44 kms até à localidade de Bairro.
Pelo caminho tivemos direito a 2 CPs, tendo esquecido o CP de bónus, segundo a nossa estratégia permanente. Pelo caminho também tivemos o prazer de ver passar a equipa NIKE/Beaver Creek e de termos pensado e comentado entre nós “cá vão os cavalões”… Dá gosto ver uma equipa destas ali mesmo ao nosso lado, saudarmo-nos e trocarmos algumas impressões. Depois não há tempo para mais, pois equipas destas não perdem tempo desnecessário!
À chegada a Bairro, a equipa optou por efectuar a ligação, que era suposto ser pedestre numa distância de 38 kms, até Alvados, ao abrigo da possibilidade de mais um corte. Assim, seguimos em bom ritmo até Alvados, com uma paragem providencial na melhor padaria do troço, próximo de Pafarrão, onde pudemos retemperar energias e ingerir cafeína como preparação para mais uma “directa” que teríamos de fazer em BTT noite dentro. Luxos destes equipas como a NIKE não se podem permitir! Mas os motores GreenLand não andam sem combustível e como não gostamos muito de “combustíveis de plástico”, gostamos de parar de vez em quando para abastecer de combustíveis biológicos e sem aditivos! O nosso corpo agradece!
Chegámos a Alvados e soubemos de mais umas infelicidades relativamente a outras equipas portuguesas… Mas nada que fosse definitivo ou impeditivo. Verificámos o equipamento obrigatório, preparámos abafos e impermeáveis, pois a noite prometia chuva, e adensámo-nos na Serra dos Candeeiros. Antes despedimo-nos da nossa querida Esmeralda, que tinha de regressar a casa, e ficámos muito bem entregues ao Zé!
Quando partimos, fizemo-lo já de estratégia delineada, que passava por tentar “limpar” todos os CPs da etapa nas cerca de 11 horas que tínhamos disponíveis, e ainda, se tudo corresse bem, pensávamos poder ir buscar 1 CP na pedestre que se seguia, em vez de sermos cortados e seguirmos para a meta da prova. Mas isso dependeria do que se passasse durante a secção.
E o que se passou não foi bem aquilo que tínhamos imaginado…
De início tudo a correr bem, mesmo com a valente subida ao topo da serra dos Candeeiros, tendo um grande troço sido feito à mão pois o piso e a inclinação não permitiam pedalar. O frio aumentava e o nevoeiro dificultava a orientação. Num dos CPs cimeiros cruzámo-nos com a equipa sul-africana Cyanosis, a qual se aventurou depois numa descida com pouca visibilidade e com saída duvidosa que nós optámos por não fazer, não estando certos da sua viabilidade ou segurança.
A meio da noite começa de repente a chover torrencialmente! Encontrávamo-nos nesse instante junto a umas casas. E, acto instintivo, vimos o alpendre de uma casa e uma cancela aberta… E foi para lá que fomos abrigar-nos, embora desse para ver luzes acesas por detrás das persianas… Todos menos o Velez, que muito cioso da invasão de propriedade que estávamos a perpetrar, ficou ali fora à chuva… Nisto abre-se a porta principal e antes que fôssemos potenciais “alvos a abater”, tratei de dizer “não se assuste”! Sai um casal e apressamo-nos a explicar e a pedir muita desculpa. Sem problemas, fomos autorizados a ficar debaixo do alpendre, onde resolvemos cochilar um pouco enquanto esperávamos uma aberta… Essa aberta chegou com uma outra equipa que passava e aproveitámos a chuva parar para nos pormos a andar!
A partir daí o piso tornou-se muito mau devido à lama. Num dos CPs a que fomos as bicicletas, já à mão, ficaram impedidas de andar, tal era a dimensão dos torrões de lama agarrados às rodas, mudanças, corrente, tudo!
A noite avançava, a progressão tornava-se mais lenta, o sono aumentava…
Num CP colocado em S. Martinho do Porto, do lado oposto ao da baía, tivemos de nos encostar a uma rocha e dormitar aquilo que deveriam ter sido 15 minutos, mas que se transformaram em ½ hora. Nem a permanente chegada e partida de equipas nos arrancou daquele sono!
Lá nos levantámos, e fizemo-nos ao caminho. O tempo já urgia… Falhámos um caminho que deveríamos ter tomado, e com isso vimos ir por água abaixo o plano de conseguirmos todos os CPs… Já não era possível… Assim, procurámos estrada que nos conduzisse o mais rápido possível até à Foz do Arelho, local de chegada da secção, e partida para a última secção de toda a prova.
Foi penoso chegar à Foz do Arelho. Os olhos teimavam em fechar-se. Temos consciência, cada um de nós, de termos adormecido por breves segundos. O Roque ainda deixou ir a bicicleta a um separador que ladeava a estrada e a espécie de ciclovia onde seguíamos, após as Caldas da Rainha. Felizmente não se magoou. Só pensávamos num bom pequeno-almoço!
À chegada à Foz do Arelho fomos aclamados pelo nosso Zé e… pela Tânia! A Esmeralda tinha partido mas trouxe uma substituta ao seu nível! Abancámos no café a tomar o pequeno-almoço. Nisto chega a equipa dos nossos amigos da Extreme Challenger e tomámos o pequeno-almoço todos juntos. O Alexandre, dos Extreme, estava bastante maltratado, tinha pernas e pés inchadíssimos devido ao esforço contínuo a ritmo alucinante.
Decidimo-nos então por seguir calmamente de bicicleta até à meta da prova, sita na praia do Baleal, a cerca de 35 kms dali, ao abrigo de mais um corte. Nem pensámos mais na última secção pedestre que tínhamos inicialmente ponderado...
Avistada a povoação do Baleal sacámos das nossas bandeiras de Portugal e dos nossos Narizes Vermelhos e seguimos areia adentro para cruzar o pórtico de meta que ali se encontrava. O Velez mal entrou na areia caiu logo, o que originou risos e aplausos no público, e logo nós largámos também as bicicletas na areia e fomos todos juntos em festa cruzar a meta! Abraços, fotos, espumante bebido e esguichado pelos presentes! O Roque ao abriu a garrafa resolveu “agredir-me” com a rolha que saiu disparada direito ao meu capacete! Que sorte não me lesionar na meta!
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